A CONTABILIDADE COMO CONHECIMENTO
Fonte:Portal
de Contabilidade
A Contabilidade
como Ciência Social
A Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio das Entidades – e
consiste em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições de
generalidade, certeza e busca das causas, em nível qualitativo semelhante às
demais ciências sociais. A Resolução alicerça-se na premissa de que a
Contabilidade é uma ciência social com plena fundamentação epistemológica. Por
conseqüência, todas as demais classificações – método, conjunto de
procedimentos, técnica, sistema, arte, para citarmos as mais correntes –
referem-se a simples facetas ou aspectos da Contabilidade, usualmente
concernentes à sua aplicação prática, na solução de questões concretas.
O Patrimônio objeto
da Contabilidade
O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência, tanto nas ciências
formais quanto nas factuais, das quais fazem parte as ciências sociais. Na
Contabilidade, o objeto é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido como um
conjunto de bens, direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente a
uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades
informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza,
independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. O
essencial é que o patrimônio disponha de autonomia em relação aos demais
patrimônios existentes, o que significa que a Entidade dele pode dispor
livremente, claro que nos limites estabelecidos pela ordem jurídica e, sob
certo aspecto, da racionalidade econômica e administrativa.
O Patrimônio também é objeto de outras ciências sociais – por exemplo,
da Economia, da Administração e do Direito – que, entretanto, o estudam sob
ângulos diversos daquele da Contabilidade, que o estuda nos seus aspectos
quantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca, primordialmente, apreender,
no sentido mais amplo possível, e entender as mutações sofridas pelo
Patrimônio, tendo em mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de possíveis
variações. As mutações tanto podem decorrer de ação do homem, quanto, embora
quase sempre secundariamente, dos efeitos da natureza sobre o Patrimônio.
Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos
elementos que o compõem, como dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos
em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias, etc.
A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de
particularização que permita a perfeita compreensão do componente patrimonial.
Assim, quando falamos em "máquinas" ainda estamos a empregar um
substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser de muita utilidade em
determinadas análises.
Mas a Contabilidade, quando aplicada a um patrimônio particular, não se
limitará às "máquinas" como categoria, mas se ocupará de cada máquina
em particular, na sua condição do componente patrimonial, de forma que não
possa ser confundida com qualquer outra máquina, mesmo de tipo idêntico.
O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes
patrimoniais em valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posição sobre
o que seja "Valor", porquanto os conceitos sobre a matéria são
extremamente variados.
Do Patrimônio deriva o conceito de Patrimônio Líquido, mediante a
equação considerada como básica na contabilidade:
(Bens+Direitos) –
(Obrigações) = Patrimônio Líquido
Quando o resultado da equação é negativo, convenciona-se denominá-lo de
"Passivo a Descoberto".
O Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para com seus sócios
ou acionistas, pois estes não emprestam recursos para que possa ter vida
própria, mas, sim, os entregam, para que com eles forme o Patrimônio da
Entidade.
O conhecimento que a Contabilidade tem do seu objeto está em constante
desenvolvimento como, aliás, ocorre nas demais ciências em relação aos
respectivos objetos. Por esta razão, deve-se aceitar como natural o fato da
existência de possíveis componentes do patrimônio cuja apreensão ou avaliação
se apresenta difícil ou inviável em determinado momento.
Comentários
Postar um comentário